Macumba Antropófaga | tabú do nú

somos todos
bichos humanos
iguais !!

na segunda semana dessa temporada da macumba antropófaga,
vamos comer dos tabús,
O TABÚ:
ficar nú!

vem des-cobrir o proprio corpoa!

com dramaturgia de Zé Celso, Catherine Hirsch, Roderick Himeros y companhia uzyna uzona, o rito foi criado a partir do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade.

2017

Macumba Antropófaga começa com um cortejo pelo bairro do Bixiga e realiza acupunturas em ponto necrosados do bairro: Maloca da Jaceguay, Casa de Dona Yayá, TBC – o Teatro Brasileiro de Comédia e a Casa de Oswald de Andrade – rua Ricardo Batista nº 18.
O cortejo segue pelas ruas São Domingos, Japurá e rua do Bixiga até voltar ao Teatro Oficina, virado restaurante Troca-Troca.
Oswald de Andrade (Marcelo Drummond) e Tarsila do Amaral (Letícia Coura) são servidos pelo deus dos garçons, Ganimedes (Roderick Himeros). Ele oferece absinto e as estrelas da noite: as rãs, que reconhecidas como corpos humanos, são deglutidas, restabelecendo o elo perdido com os deuses animais e nossos ancestrais antropófagos. Inspirados, se amam e sonham. Criam em cena o livro-comida Manifesto Antropófago e o quadro Abaporu.
O Coro antropófago Tupinambá caça Oswald, virado Hans Staaden, que se apaixona pela burú Pagu (Camila Mota). Deles nasce Macunaíma (Roderick Himeros) e passados 16 anos Oswald está pronto pra ser comido pela tribo.
O espetáculo musical, teatro de revista, põe em cena personagens e situações da vida política do Brasil e do mundo – tabus para sua devoração e virada em totens. Donald Trump, Theresa May, Temer, a CPI da FUNAI, deputados de extrema direita, movimentos xenófobos contracenam com entidades invocadas por Oswald de Andrade no manifesto em 1928: Padre Vieira, Moisés, a Mãe dos Gracos, Dom João VI, Carlos Gomes e outras.

RETORNO AO PENSAMENTO SELVAGEM

O coro antropófago vai em direção ao primitivo, num retorno ao pensamento em estado selvagem com percepção da cosmopolítica indígena, que hoje nos revela a urgência em cessar a predação e o trauma social do capitalismo, do patriarcado e do antropoceno que atravessam continentes e séculos carregando a mitologia do Progresso a qualquer custo.
Praticamos neste início de século o ódio a tudo o que não sou eu — e a fina faca da intolerância tem de fato cortado cabeças.
A encenação do Manifesto pela companhia em 2017 nasce a partir da necessidade da incorporação da Antropofagia como visão de mundo – Weltanschauung – para desvendar e interpretar o tempo presente no Teatro – um ritual de poder humano, que pode, concretamente atuar e superar entraves das crises que procriam dia após dia.
Hoje, com o fascismo presente na direita e na esquerda — no desejo de aniquilação das diferenças, é justamente a perspectiva antropófaga que entra em cena como filosofia e ação política, experiência de contracenação, prática de remoção dos antolhos para ver o antagonista com olhos livres.
Um banquete antropófago é um rito de adoração da adversidade, a transformação permanente do Tabu em Totem.

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SERVIÇOS

MACUMBA ANTROPÓFAGA
Incorporação do MANIFESTO de OSWALD DE ANDRADE
Temporada: De 24/06 a 24/09, sempre aos sábados e domingos.
Horário: 16h00
Ingressos: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia) e R$ 20,00 (moradores do Bixiga, mediante comprovação de residência).
Local: Teatro Oficina (Rua Jaceguai, 520, Bixiga. Tel: 11. 3106-2818).
Capacidade: 350 pessoas.
Duração: +- 5h
INGRESSOS ANTECIPADOS
ou no dia, na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada espetáculo
Indicação etária: 18 anos.
Transmissão ao vivo: https://www.youtube.com/user/uzonauzyna
SEJA UM CO-PRODUTOR DO TEAT(R)O OFICINA: http://teatroficina.org/

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