Theatro Musical Brazileiro

Luis Antônio Martinez Corrêa foi um dos maiores pesquisadores musicais do Brasil. Tanto que seu projeto Theatro Musical Brazileiro sobreviveu às 100 facadas do dia 23 de dezembro de 1987.

Os espetáculos Theatro Musical Brazileiro – Parte I (1860/1914) Theatro Musical Brazileiro – Parte II (1914/1945), que estrearam no Rio de Janeiro em 1985 e 1987, respectivamente, são frutos de pesquisa realizada por Luis com a atriz-cantora Annabel Albernaz e o pianista Marshall Netherland. Juntos, eles levantaram partituras de revistas, burletas e comédias musicais de quase um século de teatro.

Na seleção, entraram músicas compostas para teatro, de ritmos tão diversos como quadrilha, opereta, valsa, mazurca e tango. Seguindo o modelo do teatro de revista, há nos textos de Theatro Musical Brazileiro cenas de sátira social do país. A música era tocada ao vivo. Luis ganhou o prêmio Mambembe de melhor diretor de 1985 por Theatro Musical Brazileiro I e o Mambembe e o Molière de melhor diretor de 1987 por Theatro Musical Brazileiro II.

Cinco anos após o assassinato, estreou no Teatro Scala, do Rio de Janeiro, Theatro Musical Brazileiro – Parte III (1945-1962), produzido e estrelado por Maria Zilda Bethlem, que deu continuidade ao projeto idealizado por Luis. No repertório, esquetes de Carlos Machado e Walter Pinto e músicas de Ary Barroso, Herivelto Martins, entre outros. Há um DVD, encontrado nas locadoras, com documentário sobre a preparação e os bastidores do espetáculo, incluindo números musicais e depoimentos dos profissionais envolvidos na produção.

Com direção de Paulo Betti, estreou no Sesc Santana (SP), em 2006 A Canção Brasileira, opereta em que Luis trabalhava à época de sua morte. A contribuição de Luis Antônio para o teatro musical brasileiro é de extrema importância, disse Betti na época . Se hoje temos esta qualidade de espetáculos, ele é um dos grandes responsáveis.