[:pb]Cacilda!!!!, com 4 exclamações, A Fábrica de Cinema & Teatro é a nova montagem dos artistas do Teatro Oficina Uzyna Uzona. É a quarta peça da maxisérie construída desde 1990, quando foi escrita. É preciso o público estar atento ao número de exclamações e aos subtítulos das inúmeras peças que trazem o nome de Cacilda para não interpretar como sendo a mesma peça já vista com o nome da atriz. Os pontos de exclamação referem-se ao entusiasmo (o deus dentro) que a primeira atriz trágica do teatro moderno brasileiro manifestava na sua respiração de fole rápido. Este entusiasmo crescente até o fim de sua curta existência é revelado minuciosamente neste capítulo da odisseia de Cacildas.
Leia texto do diretor Zé Celso sobre a estreia da peça em SamPã
As 4 Cacildas
Em 1998 estreou Cacilda!, com 1 exclamação, dedicada à infância e ao coma da atriz. Em 2009, Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!, estreou no Rio de Janeiro para narrar os primeiros anos de teatro nas Companhias cariocas da menina que havia sido até então bailarina. Cacilda!!! estreou esse ano, em junho, apenas com as 3 exclamações, sem subtítulo (em alguns meios foi divulgada como Cacilda!!! – Glória no TBC) e é dividida em dois atos separados na história por 20 anos: no primeiro o fim da década de 40, quando a atriz foi a primeira contratada do Teatro Brasileiro de Comédia e, no segundo ato, o último ano de sua vida, quando ela foi para a rua lutar contra a censura junto às multidões que no mundo inteiro criaram o movimento de 1968.
A Fábrica de Cinema & Teatro
Esta peça revela a fase em que a Atriz entrega-se com sua “VidaArte” à indústria de transformação cultural da Fábrica de Teat®o e Cinema: o TBC e a Cia. Cinematográfica Vera Cruz. É um musical brazyleiro escrito e dirigido por José Celso Martinez Correa e Marcelo Drummond e estreia nas unidades do SESC-SP de Santo André (dias 30 de novembro e 1º de dezembro) e de Piracicaba (dias 7 e 8 de dezembro). Em seguida entra em cartaz em São Paulo, a partir do dia 14 de dezembro, para dar continuação à série teat®al que tem ainda pelo menos 3 capítulos inéditos. A temporada será curta, apenas duas semanas.
Cacilda!!!! – A Fábrica de Cinema & Teatro revela uma dimensão ainda desconhecida da vida da atriz, a sua maturidade de grande estrela do TBC. Estamos na passagem das décadas de 40 para 50 do Século XX. O TBC se profissionaliza sob direção financeira e artística de Franco Zampari e a Cia. mergulha no fino biscoito da dramaturgia dos Hemisférios Norte e Sul. A Atriz (cujo talento é reconhecido por grandes críticos como Décio de Almeida Prado e o Italiano Silvio Damico), também traz para o foco diretores estrangeiros que chegaram ao Brasil no pós-guerra, como os italianos – da mesma geração extraordinária de Visconti, Pasolini, Fellini, Rosselini – Luciano Salce e Giorgio Strehler, do fabuloso “Picollo Teatro de Milano” e Ziembinski, vindo da Polônia, mas já consagrado no Brasil com “O Vestido de Noiva“, no Teatro Os Comediantes, onde já havia dirigido Cacilda Becker.
As peças da peça
Cacilda torna-se protagonista absoluta e reina no TBC com suas palpitações de entusiasmo, mesclando sua história de vida no momento de devorar suas personagens, pedacinhos de carne devorados pelas atrizes que fazem Cacilda e por todos atuadores em peças como “Nick Bar – Álcool, Brinquedos, Ambições”, de William Saroyan, montagem dirigida por Adolfo Celi que marca o ingresso do Teatro Brasileiro de Comédia em sua fase profissional; “Arsênico e Alfazema”, comédia de Joseph Kesserling também dirigida por Celi; “Entre Quatro Paredes”, de Jean Paul Sartre; “Os Filhos de Eduardo”, de Marc Gilbert Sauvajon; “Paio Velho”, de Abílio Pereira de Almeida que passa da fábrica urbana para a do agronegócio de uma fazenda de café no interior do Estado de São Paulo e ao mesmo tempo traz a ainda presente disputa da terra entre os que tem títulos de propriedade e tratam a terra como exploração e os que a cultivam – assunto muito próximo da luta do Oficina por seu espaço e seu entorno; “A Ronda dos Malandros”, de John Gay, peça censurada pela própria direção do TBC, uma mancha na biografia de Franco Zampari. Esta peça inspirou Brecht em sua “Ópera dos Três Vinténs” e a “Ópera dos Malandros”, de Chico Buarque com direção de Luiz Antônio Martinez Correa. “A Importância de Ser Prudente”, que vira “A Importância de Ser Careta”, de Oscar Wilde, que revela uma surpresa somente diante do público, e “Anjo de Pedra”, de Tenessee Williams, considerada pelos dramaturgos de Cacilda!!!! a melhor peça da odisseia. Nesta peça a atriz que faz Cacilda Becker tenta passar ao público, com a máxima delicadeza, a dicção entusiasmada da atriz e sua maior contribuição para o Teatro Mundial: a energia magnética e elétrica de seu corpo e sua phala, que puxa fios de energia quântica e os espalha pelo espaço.
Ensaios
Nos ensaios a qualidade do ator é buscada simultaneamente no encontro de cada pessoa consigo mesmo, com seu próprio corpo externo e interno e com a eletricidade ativa de seu próprio ser, o corpo vivo, no desmonte dos auto-clichês, paradigmas de si mesmo, máscaras de defesa do medo de ser e estar, a partir do poder Tupy, o poder do nosso corpo arcaico, de índios universais imersos no corpo do universo coletivo e diverso tecnizado.
Assim o “atuador”, através da grande Obra de Arte que é a xamã Cacilda Becker e sua Vida na Arte, começará a ser capaz de jogar com as pessoas diversas que constituem o chamado “público”, transmitindo-lhes a força de poder humano de Cacilda através das personagens imersas nas alegorias, imagens, sons, cores, energias do Teatro Musical da Ópera de Carnaval da Tragycomediorgya.
As estreias dos espetáculos atuais do Oficina Uzyna Uzona acontecem depois do elenco ter treinado, ensaiado, devorado, incorporado e animado a matéria prima que contém o ser, o corpo-alma da peça. A partir da estreia esta matéria animada encontra-se com as pequenas multidões de pessoas, chamada habitualmente de público. Então a criação entra em outra etapa. O encontro das pessoas do elenco com as pessoas personagens do público vão transformando-se mutuamente no que se chama convencionalmente de “work in progress”. Cada jornada do rito-espetáculo é uma estreia de uma nova peça. Assim aconteceu com Cacilda!!! – Glória no TBC e em 68 Aqui Agora. Assim continuará a nova peça depois do contato com o público. Nos chamados “espetáculos” são estudadas e criadas, juntamente com o chamado “público”, formas de vida teat®al pulsantes.
Assim como a epopeia de “Os Sertões”, que com a montagem de suas cinco peças ensinou o Oficina Uzyna Uzona a lutar pelas terras do Teat®o Oficina e de seu entorno para o cultivo da Cultura Teat®al, as Cacildas transmitem a nós, atuadores, a condição de amantes, e ao público, amado. O Poder Humano de energia transformadora da nossa vida em cena
vem do reencontro de cada gota de vida nossa e do Público.
O Corpo Elétrico
Cacilda Becker descobre e desperta o corpo elétrico nas atrizes do Oficina Uyzna Uzona Camila Mota e Sylvia Prado, que incorporam a atriz nas suas diversas personagens que baixam no Terreiro Elektrônico do Teat®o Oficina de Lina Bardi e Edson Elito, que esse ano completa 20 anos de sucessos em cartaz. O coro de protagonistas e aprendizes da Universidade Antropófaga e as atrizes conduzem também à criação da Vera Cruz, primeira Fábrica de Cinema Nacional, idealizada pelo mesmo criador do TBC: Franco Zampari, vivido por Zé Celso.
Sem ocultar a riqueza de sua vida privada que passa a ser vivida na vida da Arte Teat®al em Cena, em que o limite entre intérprete e personagem desaparece.
Essa Odisseia vem sendo trabalhada há meses, nos ensaios e treinos dos atores com técnicas como Viewpoints, Dança e Percussão, dentro da Universidade Antropófaga, como formação performática no Teat®o, com seu quadro de mestres, treinadores e aprendizes, os artistas multimídia na atuação, música, vídeo, roteiro, luz, som, web, efeitos especiais e história do teatro brasileiro e mundial.
Ficha Técnica
Dramaturgia: José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond (coautor)
Direção: José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond
Conselheira poeta: Catherine Hirsch
Direção Musical: Felipe Botelho
Produção Executiva: Ana Rúbia Melo
Atores da Cia Oficina Uzyna Uzona e Universidade Antropófaga:
Sylvia Prado – Cacilda Becker: Cacilda Kitty Duval, A Grande Mãe Cacilda, Cacilda Abbie, Cacilda Inês, Cacilda Denise, Coro das Putas da Ronda (Luna Caucaia – A travesti que DEU certo), Cacilda Polly vestindo a máscara para engolir o primeiro sapo do sensor, Cacilda Pega Fogo e Cacilda Lina
Camila Mota – Ccilda Becker: Cacilda Sally Cineasta, Cacilda Inês, Cacilda Natasha Stepanovna, Cacilda Polly, Cacilda Alma e Cacilda Pega Fogo
Marcelo Drummond – Zimba Lepic e Cacilda Careta Bracknell
Zé Celso – Franco Zampari e Zampari Johnny Aranha
Vera Barreto Leite – Vera Valdez e D. Cezarina Mariana
Letícia Coura – Madalena Nicol, Fifi Assunção, Fifi Cafetina e Coro Percussionista
Roderick Himeros – Adolfo Celi, Mac Navalha, Corpo da Aula de Anatomia e Anjo de Pedra
Rodolfo Dias Paes – Tito Fleury, Bicheiro, Careta Boiola e Inspetor Geral
Fred Steffen – Maurício e Dr. Eros
Acauã Sol – Abílio Nick, Coro das Putas da Ronda (Traveca Preta Perroni), Travesti Chinesa, Cecilinha Careta e Abílio Tonico
Danielle Rosa – Sarita Montiel, Nydia Kitty, Nydia Stela, Coro das Putas da Ronda (Puta Bibi F.), Nydia Lucy e Coro Percussionista
Nash Laila – Isaurinha Garcia, Voz do Bebê, Coro das Putas da Ronda (Puta Dara Caiena de Paus) e Coro Percussionista
Wilson Feitosa – Salce e João Carlos
Tony Reis – Coro pega Fogo, Tia Telma, Coro de Michês da Ronda (Michê Keshel) e Lourenção Cangaceiro
Liz Reis – Gilda Rita Hayworth, Coro das Putas da Ronda (Puta Pinga Leão), Jovem Atriz – Noiva Nielle de John e Dra. Nice Boaventura
Glauber Amaral – Sargento Ohara, Sérgio Cardoso Garcin, Ruggero Jacobbi, Sérgio Mac Navalha, João Sérgio Cardoso Careta e Coro Percussionista
Carolina Castanho – Edith Piaf, Dirce Yáconis, Coro das Putas da Ronda (Puta Tommy Ministro Adauto Lucio Cardoso Ouros) e Coro dos Roceiros do Teatro
Carolina Henriques – Granfina, Coro das Putas da Ronda (Puta Ciumenta Nitcka Índio do Brasil) e Coro Percussionista
Bruno Nogueira – Joe kantor, Bailarino Jogador de Bebê, Escudeiro, Coro de Michês da Ronda (Traficante Fred da Quinze), Papagaio de Celi e Coro dos Roceiros do Teatro
Alessandro Leivas – Garçom do Nick Bar, Bailarino Jogador de Bebê, Ator Bêbado, Coro de Michês da Ronda (Michê Pitty Borba) e Helio Ponto Laranja
Ana Hartmann – Coro Pega Fogo, Coro das Putas da Ronda (Puta Jack Bagé), Cleyde Rosa Gonzalez e Coro dos Roceiros do Teatro
Lucas Andrade – Coro pega Fogo, Vanessa Transgrávida e Primeiro Preto do TBC
Marcello Finimundi – Marinheiro, Helicoptéros, Coro de Michês da Ronda (Michê Bimba Itambé), Arauto da CBF, Jesus Menino Careta e Coro de Posseiros do Teatro
Gabriel Tonin – Coro Pega Fogo, Comunismo, Fernandinho Bofe, Algenor Careta e Coro dos Roceiros do Teatro
Ingrid Xavier – Zoraide e Puta Fiama de Mauá
Atriz convidada: Carlota Joaquina – Zeni Pereira, Coro das Putas da Ronda (BPuta Bolinha Duval),Rainha do Cu da Copa do Mundo (Bolinha Durval) e Libertas
Banda Oficina: Adriano Salhab (guitarra e viola / Polônio Ferrolho e Polônio Tabelião), Carina Iglecias (percussão), Felipe Botelho (direção musical, baixo elétrico, baixo acústico e sintetizador), Giuliano Ferrari (piano / Rei Momo e Governador Ademar Ubu de Barros), Juliana Perdigão (saxofone, clarinete, clarone e flauta / D. Alzira e Burguesia Madame Aranha), Letícia Coura (cavaquinho), Nana Carneiro da Cunha (violoncelo / Fifi Assunção e Fifi Cafetina), Pedro Gongom Manesco (bateria / Dick Farney) e Wilson Feitos (guitarra). Sonoplastia: DJ Jean Carlos
Arquitetura cênica: Carila Matzenbacher e Marília Gallmeister
Direção de Cena: Otto Barros
Contrarregra: Lucas Cruz
Figurinos e adereços: Sônia Ushiyama Souto (figurinos do Nick Bar, Nascimento da Vera Cruz, Pedido de Casamento, Ronda dos Malandros e Anjo de Pedra) e Diogo Costa (figurinos de Arsênico e Alfazema, Os Filhos de Eduardo, Entre Quatro Paredes, A Importância de ser Careta e Paiol Velho)
Assistentes de figurino: Manuela Leite e Selma Paiva
Camareira: Cida Melo
Visagismo, maquiagem e cabelo: Amanda Mirage
Assistência de maquiagem e cabelo: Patrícia Boníssima
Iluminação: Renato Banti
Assistente de iluminação: Victor Fonseca
Operação de foco móvel: Daniel Camillo e Bruna Medeiros
Efeitos especiais de luz: Fabio Stasiak – Leds Life e Victor Akkas – SkenoFx
Edição e coordenação web: Tommy Pietra
Assistência Web: Andréa Martins
Multimídia Oficina: Ivan Vinagre e Igor Marotti
Edição ao Vivo: Ivan Vinagre
Câmeras: Diego Arvate e Igor Marotti
Tradução: Ana Hartmann
Assessoria de Imprensa: Beto Mettig (duplo de Polônio Ferrolho e Polônio Tabelião)
Fotografia: Jennifer Glass
Engenharia de Som: Rodolfo Yadoya
Técnico de som: Leandro Costa
Microfonista: Carolina Defino
Preparação vocal: Letícia Coura e Carolina Henriques
Preparação corporal: Luah Guimarãez e Rodrigo Andreoli
Preparação musical: Vitor da Trindade
Diretora de Produção: Ângela Destro
Assistente de Produção: Anderson Puchetti
Administração: Carlos Domingues[:]