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MACUMBA ANTROPÓFAGA 2017

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foto: Lenise Pinheiro

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][vc_empty_space height=”80px”][vc_column_text]OUÇA AS MÚSICAS DA MACUMBA!

 

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Com dramaturgia de Zé Celso, Catherine Hirsch, Roderick Himeros y companhia uzyna uzona, o rito foi criado a partir do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, e fica em cartaz até 24 de setembro, sempre aos sábados e domingos, às 16h.

A peça foi levantada através de uma economia de reinvenção financeira, com muitos apoiadores. Pela primeira vez em 11 anos, a Petrobrás não é mais a patrocinadora de manutenção da companhia.

 

2017

 

MACUMBA ANTROPÓFAGA

desperta o rito e evoca a cosmopolítica dos burús*, numa encenação em escala urbana por Sampã, com um cortejo de acupuntura alquímica pelo bairro do Bixiga, ativando, no percurso pontos necrosados do bairro.

 


  • buruns, na língua Krenak, que quer dizer gente. Para Ailton Krenak, parafrasendo o poema Erro de Português, de Oswald de Andrade, foi um equívoco de português chamar os povos desta terra, quando de sua chegada, de índios.

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foto: Claire Jean

[/vc_column_text][vc_column_text]TABU EM TOTEM – ROTEIRO DAS ESTAÇÕES

Maloca da Jaceguay – o baixio do viaduto Júlio de Mesquita Filho, na altura da rua Jaceguai, no Bixiga, está povoado de moradores adultos, velhos e crianças. O maior tabu do bairro revela um grande desafio urbano de toda a Sampã: como co-habitar o espaço público em contracenação com as diferenças?

 

Casa de Dona Yayá* – a casa onde foi enclausurada Sebastiana de Melo Freire, dona Yayá, hoje é o Centro de Preservação Cultural da USP. Nessa estação o coro de mulheres liberta Yayá da camisa de força.

 

TBC – o Teatro Brasileiro de Comédia, hoje propriedade da Funarte, está com as obras paradas. Nessa estação, o coro invoca Cacilda Becker para desentumular o espaço e incorporar Tarsila do Amaral e buscar Oswald de Andrade em sua última residência.

 

Casa de Oswald de Andraderua Ricardo Batista nº 18, nesse prédio o coro chama o mamífero Oswald para beber leite de cabra e recriar com Tarsila a grande noite da descoberta da antropofagia.

 

O cortejo segue o fluxo da acupuntura urbana pelas ruas São Domingos, Japurá e rua do Bixiga até completar o percurso na rua Jaceguay.


 

  •  Sebastiana de Melo Freire, mais conhecida como Dona Yayá (1887-1961), fazia parte de uma das mais importantes famílias do interior paulista. Com a morte de seus pais e irmãos, herdou a fortuna da família. Ela residia em um palacete no centro de São Paulo, onde recebia seus amigos, promovia saraus e mantinha um estúdio de fotografia. Ainda jovem foi considerada louca, foi enclausurada na casa situada na rua Major Diogo, Bixiga, até seu falecimento aos 74 anos. Depois de sua morte, Dona Yayá virou símbolo para a luta antimanicomial, pela liberdade e pelos direitos das mulheres, Sua casa foi transformada no atual Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (USP).

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ABAPORU

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foto: Claire Jean

[/vc_column_text][vc_empty_space height=”45px”][vc_column_text]O Coro antropófago Tupinambá caça Oswald, virado Hans Staaden, que se apaixona pela burú Pagu (Camila Mota). Deles nasce Macunaíma (Roderick Himeros) e, passados 16 anos, Oswald está pronto para ser comido pela tribo.

O espetáculo musical, teatro de revista, põe em cena personagens e situações da vida política do Brasil e do mundo – tabus para sua devoração e virada em totens. Donald Trump, Theresa May, Temer, a CPI da FUNAI, deputados de extrema direita, movimentos xenófobos contracenam com entidades invocadas por Oswald de Andrade no manifesto em 1928: Padre Vieira, Moisés, a Mãe dos Gracos, Dom João VI, Carlos Gomes e o ciclo revolucionário ocasionado com a descoberta da América e do homem natural.  

Oswald de Andrade, em suas obras, inspirou-se nos Tupinambás e na Arte Pública da Revolução Russa, que vive em 2017 seu centenário, e evoca os Poetas das Artes Cênicas: Maiakovski, Eisenstein, Meyerhold, Tatlin, Rodchenko; e foi devorado desde 1967, com a Tropicália, na Música de Gil, Tom Zé, Caetano, no Cinema de Glauber, nas Artes Plásticas arrancadas das Paredes de Museus e trazidas pro Corpo de Hélio Oiticica, tudo em que “O Rei da Vela” do Oficina, em 1967, inspirou-se. [/vc_column_text][vc_empty_space height=”42px”][vc_column_text]

RETORNO AO PENSAMENTO SELVAGEM

 

O coro de burús antropófagos vai em direção ao primitivo, num retorno ao pensamento em estado selvagem com percepção da cosmopolítica indígena, que hoje nos revela a urgência em cessar a predação e o trauma social do capitalismo, do patriarcado e do antropoceno que atravessam continentes e séculos carregando a mitologia do Progresso a qualquer custo.

Praticamos neste início de século o ódio a tudo o que não sou eu — e a fina faca da intolerância tem de fato cortado cabeças.

A encenação do Manifesto pela companhia em 2017 nasce a partir da necessidade da incorporação da Antropofagia como visão de mundo – Weltanschauung* – para desvendar e interpretar o tempo presente no Teatro – um ritual de phoder humano, que pode, concretamente atuar e superar entraves das crises que procriam dia após dia.

Oswald de Andrade era muito pragmático, vivia sua arte e deixou escrito que toda sua obra era uma pauta de Ação para o seu agir na vida. Hoje, com o fascismo presente na direita e na esquerda — no desejo de aniquilação das diferenças, é justamente a perspectiva antropófaga que entra em cena como filosofia e ação política, experiência de contracenação, prática de remoção dos antolhos para ver o antagonista com olhos livres.

Na antropofagia, o ato de comer nunca é dissociado de sentido. Tribos antropófagas devoravam humanos principalmente em duas situações: os parentes mortos, para que não fossem devorados pela terra fria, sendo reservado aos entes queridos o calor da deglutição; e os inimigos sacros, para que fosse absorvida sua força.

Um banquete antropófago é um rito de adoração da adversidade, a transformação permanente do Tabu em Totem.

A Macumba Antropófaga é a peça que nos faz a absorver a relação dos índios com a terra, a água, as estrelas, o pensamento mágico, a dilatação do tempo… para a descoberta  de um novo alfabeto, novo corpo de atuação. Essa investigação nos ensaios e nos espetáculos, com o público, é uma das potências deste trabalho.

 



  1. referência para Oswald de Andrade no manifesto antropófago, que significa visão de mundo, cosmovisão. Seria algo como uma visão pré-lógica da realidade, mundividência. Conjunto ordenado de valores, impressões, sentimentos e concepções de natureza intuitiva, anteriores à reflexão, a respeito da época ou do mundo em que se vive.

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foto: Acervo Teat(r)o Oficina

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AH! ANHANGÁ! ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE!

 

A encenação é também um rito em direção ao Anhangabaú da Feliz Cidade, projeto de Lina Bo Bardi e da companhia, para a expansão do teatro em escala urbana.  Nós, os burús da Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, desde 1958 cultivamos essa terra da rua Jaceguay, o Teatro Oficina. Nosso trabalho, nossa prática e o cultivo da arte teatro são a riqueza desse espaço que pede, como uma demarcação, a homologação do Bixiga como bairro cultural que precisa de preservação e instrumentos que impeçam sua verticalização.

Nas temporadas de 2012, o Grupo Silvio Santos, em um contrato de comodato, permitiu o uso do terreno pela companhia, que com o público, iniciou o cultivo das terras com semeaduras. Nesta temporada estamos impedidos de passar pelo espaço em torno e o público não poderá ter acesso ao embrião da Oficina de  Florestas – um pomar com muitas árvores[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″][vc_empty_space height=”50px”][vc_single_image image=”5804″ img_size=”full”][vc_empty_space height=”15px”][vc_column_text]

inhotim, 11.10.10 – foto: Cafi

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COSMOGONIA DA ENCENAÇÃO

 

A Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona realizou a primeira encenação dessa obra em 2008, no SESC Paulista, nas comemorações dos 80 anos do Manifesto Antropófago.

Em 2010, durante as viagens das Dionizíacas pelo Brasil, o grupo criou nova encenação, com  interpretações inéditas após uma semana de residência artística no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, relacionando o trabalho com a natureza e o Magic Square #5, praça criada por Hélio Oiticica.

Em 2011 e 2012, o manifesto foi transformado em Macumba Antropófaga Urbana e encenado no Teatro Oficina e em seu entorno, nas ruas do Bixiga. Essa experiência foi o marco zero da Universidade Antropófaga – a montagem foi realizada pelos atuadores da companhia com a primeira turma da universidade, formada através de chamada e seleção públicas; e teve enorme sucesso de público.

A incorporação em escala urbana iniciou um movimento de experimentação do Anhangabaú da Feliz Cidade – depois de trinta anos de luta com o grupo Silvio Santos, um acordo de comodato permitiu que a companhia encenasse parte do espetáculo no terreno entorno ao teatro, pertencente ao Grupo SS. [/vc_column_text][vc_empty_space height=”50px”][vc_empty_space height=”50px”][vc_column_text]

FICHA TÉCNICA

APOIADORES

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O Resto Equeça
na Rua Come Cabeça
Jaceguay
Vai,Vai
Bixiga
Abriga
Cobra Grande
Ande Ande
Oficina, Rua comprida
tem Saída
Pro AnhangaBaú da Feliz Cidade
Travessia, Abolição
Atenção!
Direção
CANUDOS EM BAIXO DO MINHOCÃO

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JANELÃO, VISTA DA RUA LINA BARDI,
BRECHA D LIGAÇÃO ENTRE OFICINA, BIXIGA                                                                                                 Y O ANHANGABAÚ DA FELICIDADE
FOTO: CAFIRA ZOÉ

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fotos de Jennifer Glass, Lenise Pinheiro e Claire Jean

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